De qualquer forma, achei a leitura muito boa e depois, durante minha caminhada pela praia, fiquei pensando sobre ela.
Descrevo alguns trechos:
Se o amor ao próximo é o princípio da caridade, amar aos inimigos é sua
aplicação sublime, porque essa virtude é uma das maiores vitórias alcançadas
sobre o egoísmo e o orgulho.
Entretanto, equivoca-se geralmente sobre o
sentido da palavra amar nessa circunstância; Jesus não quis dizer, por essas
palavras, que se deve ter pelo inimigo a ternura que se tem para com um irmão ou
amigo; a ternura supõe confiança; ora, não se pode ter confiança naquele que
sabemos nos querer mal...
Amar os inimigos não é, pois, ter para com eles uma
afeição que não está na Natureza, porque o contato de um inimigo faz bater o
coração de maneira bem diferente do que de um amigo; é
não ter contra eles
nem ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; é perdoar-lhes sem segunda
intenção e incondicionalmente o mal que nos fazem; é não opor nenhum obstáculo à
reconciliação; é desejar-lhes o bem, em lugar de desejar-lhes o
mal...
... é abster-se, em palavras e em ações, de
tudo o que possa prejudicá-los; enfim, é lhes retribuir em tudo, o mal com o
bem, sem intenção de os humilhar. Quem quer que faça isso cumpre as
condições do mandamento: Amai os vossos inimigos.
Com essa reflexão, lembrei de um trecho do livro O Monge e o Executivo, de James C. Hunter, que também fala sobre essa maneira de amar o inimigo:
O professor de línguas me explicou que muito do Novo Testamento foiFaz pensar, não?!?!
originalmente escrito em grego, e os gregos usavam várias palavras diferentes
para descrever o multifacetado fenômeno do amor...
...os gregos usavam o substantivo agapé e o verbo correspondente agapaó para descrever um amor incondicional baseado no comportamento
com os outros sem exigir nada em troca. É o amor da escolha
deliberada. Quando Jesus fala de amor no Novo Testamento, usa a palavra agapé, um amor traduzido pelo comportamento e pela escolha, não o
sentimento do amor.
Neste sentido, aparentemente, Jesus Cristo não queria
dizer que nós devemos fazer de conta que as pessoas ruins não são ruins, ou nos
sentir bem a respeito das pessoas que agem indignamente. O que ele queria
dizer era que devemos nos comportar bem em relação a elas.
...
Nem sempre
posso controlar o que sinto a respeito de outra pessoa, mas posso controlar como
me comporto em relação a outras pessoas. Meu vizinho talvez seja difícil e
eu posso não gostar muito dele, mas posso me comportar amorosamente. Posso
ser paciente com ele, honesto e respeitoso, embora ele opte por comportar-se
mal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário